RESUMO Objetivo: Avaliar se separar os estágios de alinhamento e nivelamento reduz a projeção dos incisivos inferiores. Métodos: Os critérios de inclusão foram indivíduos Classe I com índice de irregularidade de 3-5mm, Curva de Spee (CS) de 3-4mm e tratamento sem extrações. Trinta adultos foram alocados aleatoriamente em dois grupos: o Grupo Controle (1) foi simultaneamente alinhado e nivelado com arcos planos progressivamente até atingir o 0,016” x 0,022” de aço inoxidável; o Grupo Experimental (2) foi inicialmente alinhado com arcos superelásticos NiTi 0,014” com CS levemente aumentada, em seguida nivelado com arcos de beta-titânio 0,016” x 0,022” com CS acentuada, que foi gradualmente reduzida até ficar plana. A posição e inclinação dos incisivos inferiores foram avaliadas por meio de análise cefalométrica. A CS e o índice de irregularidade foram avaliados por meio de modelos de estudo. A avaliação foi realizada duas vezes, sendo após a inserção dos arcos NiTi 0,016” e dos arcos 0,016” x 0,022” de aço. As mudanças dentárias visualizadas nos cefalogramas e nos modelos foram comparadas dentro dos grupos utilizando teste t pareado e entre os grupos utilizando o teste t independente. Resultados: Grupo Controle: estágio de arco redondo: os incisivos inferiores se inclinaram vestibularmente (4.38° e 1 mm) e intruíram (-1,13mm); estágio de arco retangular: os incisivos inferiores intruíram e se projetaram adicionalmente (-0.63mm e 1,38°). Grupo Experimental: Durante o alinhamento com arcos redondos e CS acentuada, os incisivos inferiores se inclinaram levemente para vestibular (0,75° e 0,50mm), sem intrusão significativa; durante o nivelamento com arcos retangulares, os incisivos, em sua maioria, intruíram (1,75mm), com uma leve projeção (1,81°). O grupo experimental apresentou projeção dos incisivos significativamente menor (controle: 5,76°; experimental: 2,56°), com maior intrusão dos incisivos (controle: -1,75mm; experimental: -2,13mm). A CS no Grupo Experimental apresentou redução significativamente maior (-2,88 mm) do que no grupo controle (-1,69 mm). Conclusão: No Grupo Controle, foi observada de forma notória a projeção dos incisivos inferiores nos arcos redondos, com projeção adicional causada pelos arcos retangulares. No Grupo Experimental, foi observada uma projeção mínima quando foram utilizados arcos redondos com CS acentuada para alinhamento. O nivelamento com arcos retangulares causou menos projeção com maior redução da CS.

ABSTRACT Objective: To determine whether separating the alignment and leveling phases can reduce proclination of the mandibular incisors. Methods: Eligibility criteria included Class I subjects with an irregularity index of 3-5 mm, 3-4 mm curve-of-Spee (COS), and non-extraction treatment. Thirty adults were randomly allocated into two groups: (1) Control group was leveled and aligned simultaneously with flat archwires progressively to 0.016x0.022-in stainless-steel; (2) Experimental group was aligned first with 0.014-in-superelastic NiTi with mild accentuated COS, then leveled using 0.016x0.022-in beta-titanium accentuated COS archwires and gradually reduced the curve until flat. Mandibular incisor position and inclination were evaluated by cephalometric analysis. COS and irregularity index were evaluated in study models. Assessment was conducted twice after 0.016-in NiTi and after 0.016x0.022-in stainless-steel archwire placements. Dental changes from cephalograms and models were compared within group using paired t-test and between groups using independent t-test. Results: Control group: Round-wire-phase, mandibular incisors tipped labially (4.38° and 1 mm) with intrusion (-1.13 mm); Rectangular-wire-phase, mandibular incisors further intruded and proclined (-0.63 mm and 1.38°). Experimental group: During aligning with round accentuated COS archwires, mandibular incisors tipped very slightly labially (0.75° and 0.50 mm) with no significant intrusion; during leveling with rectangular archwires, incisors majorly intruded (1.75 mm) with slight proclination (1.81°). The experimental group had significant less incisor proclination (control: 5.76°, experimental: 2.56°) with more incisor intrusion (control: -1.75 mm, experimental: -2.13 mm). The COS in experimental group showed significant greater reduction (-2.88 mm) than that of the control group (-1.69 mm). Conclusion: In control group, mandibular incisor proclination was markedly observed in round archwires, with further proclination caused by rectangular archwires. In experimental group, minimal proclination was exhibited when accentuated COS round archwires were used for aligning. Leveling with rectangular archwires caused less proclination with more COS reduction.

São tantos os elogios ao Dr. Steven Lindauer que nem sei por onde começar… Bem, voltando ao passado, no ano de 2000, fui estudar inglês na Virginia Commonwealth University (VCU), em Richmond, Virginia, EUA. Durante minhas caminhadas diárias à escola de inglês, passava em frente à Faculdade de Odontologia, onde se localizava o Departamento de Ortodontia. Ali se deu meu primeiro “contato” com a VCU. Quinze anos depois, em 2015, tive o prazer de retornar à VCU e conviver com o Dr. Steven Lindauer durante dois dias. Confesso que estava ansioso e nervoso para conhecer o não apenas chairman do departamento, mas também editor-in-chief da The Angle Orthodontist. Desde o primeiro momento, pude perceber como o clima do departamento era positivo e altamente pró-ativo. Funcionários, residentes e professores trabalhando em total sinergia e alegria. Em um momento de bate-papo com os residentes, ouvi deles: “Dr. Lindauer é um ser humano sem igual! Além de brilhante professor, pesquisador e administrador, é um pai para todos nós! Ele cuida e briga por nós!” Além desse lindo relato, ainda pude ouvir de seus colegas de trabalho elogios contundentes ao grande amigo, líder e parceiro. Aqui, vale uma reflexão: infelizmente, muitas vezes, o líder para impor respeito precisa usar artifícios antipáticos; porém, o Dr. Lindauer é a prova viva de que um chefe, um líder, pode ser humano, leve, humilde, simpático e altamente carismático. Uma segunda chance de desfrutar da convivência com o Dr. Lindauer veio em 2016, quando, em visita ao Brasil, esteve em Salvador ministrando um curso a convite da Universidade Federal da Bahia e da Associação Brasileira de Ortodontia (seção Bahia). Mais uma vez pude perceber, além do excelente palestrante e cuidadoso clínico, o seu minucioso domínio da mecânica ortodôntica. Nem julgo necessário alongar-me a respeito do brilhantismo à frente do The Angle Orthodontist... Não demorei para perceber que suas qualidades ultrapassam a esfera profissional. Embora possua uma agenda lotada, ainda consegue espaço para se dedicar aos pais e levá-los a viagens pelo mundo afora. Curiosamente, em cada viagem internacional, sempre se lembra de seus cães (Memphis e Kingston -in memoriam), registrando fotos turísticas para, em seguida, inseri-los nelas via Photoshop. Feitas as devidas apresentações do nosso ilustre entrevistado, dedico meus cordiais agradecimentos aos colegas Jorge Faber, David Turpin, Bhavna Shroff e David Normando, por aceitarem o convite de participar ativamente dessa entrevista. Agradeço, ainda, à Dental Press, pela honra a mim concedida, em conduzir essa experiência. Desejo a todos os leitores que essa leitura seja tão prazerosa e rica quanto o trajeto científico que nos trouxe a essa entrevista. Sem dúvida, vocês estão diante de uma vida dedicada à Ortodontia. (Andre Wilson Machado, coordenador da entrevista)

There are so many compliments to Dr. Steven Lindauer that is hard for one to figure where to start from… Well, travelling backwards in time, all the way to the year 2000, I went to Virginia to study English at Virginia Commonwealth University (VCU), in Richmond, Virginia, USA. During my daily walks to the English school, I used to pass by the School of Dentistry, where the Department of Orthodontics was. That was the place where my very first “contact” with the VCU happened. In 2015, 15 years later, I had the pleasure to go back to the VCU and spend two days with Dr. Steven Lindauer. I have to confess that I was anxious and nervous to get to know not only the Chair of the Department, but also the Editor-in-chief of “The Angle Orthodontist”. Since the very first moment I could experience how incredibly positive and pro-active the environment within the Department was. Staff members, Residents and Faculty members used to work very gladly and in perfect synergy. After a quick chat with the residents, I heard from them: “Dr. Lindauer is an unprecedented human being! Besides a brilliant Professor, Researcher and Administrator, he is like a father to all of us!” Besides this touching testimony, I also heard flattering compliments from workmates to the great friend, leader and partner Dr. Lindauer was. Here goes some food for thought, though. Unfortunately, the leader is often compelled to resort to unpopular measures in order to enforce compliance. Dr Lindauer is the living proof that a boss, a leader, can be a light, humble, friendly and highly charismatic human being. In 2016, I was given a second chance to enjoy Dr. Lindauer’s company when he visited Brazil as a guest lecturer in Salvador, at the Federal University of Bahia and the Brazilian Association of Orthodontics (Bahia Chapter). I noticed, once again, that besides an excellent lecturer and careful clinician, he mastered orthodontic mechanics very proficiently. And needless to say at length about his brilliance ahead of “The Angle Orthodontist”... It didn’t take me long to realize that his virtues by far exceeded the boundaries of the professional domain. Despite his utterly busy schedule, he is still able to dedicate time to his parents, taking them to trips around the world. Interestingly, at every international trip, he always remembers his puppies (Memphis, Baxter and Kingston - in memoriam), taking sightseeing pictures to immediately Photoshop them into. Having done the well deserved introductions to our distinguished interviewee, I would like to offer righteous acknowledgements to the colleagues Jorge Faber, David Turpin, Bhavna Shroff and David Normando, for having accepted the invitation to take part in this interview. I also would like to offer my heartfelt thanks to Dental Press for having entrusted me with the honor to conduct this project. I wish all readers as delightful and rich of an experience when going through this interview as it’s been the scientific path that brought us all here in the first place. No doubts, you stand in face of a life dedicated to Orthodontics. (Andre Wilson Machado, interview coordinator)